A menina azul

O vestido vermelho rodava no salão. Ela brilhava mais que todos os olhos . Seu pulsar era rápido, grandes nos pequenos medos. Vinha quase sem chão, corria desesperada envergonhada pela castração da família. Chorava por não saber nem bem por que salivava a dor. Despia-se sem nenhuma calma. Olhava para o espelho e doía a alma, nem podia andar. Caiu. Exalava a cor da mais pura exatidão azul. Incapacitou-se e dormiu no sono sub-consciente. Melhor que correr os riscos de deixar ser ouvida, trancou a porta. Carente nos traços dos barracos frouxos. Tenho certa ou pura imagem da menina azul, que constatava com seus tempos perdidos... Pegou o amor e a paixão e comeu como aquele que tem o estômago vazio. Se não era aquele que tinha tudo... Era o nada para encher. Quem a disse mesmo? Mas quem a dizia que sabia? Colocaria a frente dos seus pscicodélicos sonhos amadores. Não pouco tempo de apetecer e agora seu corpo estava no palco. Senso mudo do mundo. Contradição na paciência, queria tudo. Conflitos querendo aparecer, sangue sobre o teto, morte do bem no "the end"... Comeu com sal e sol a água gélidas do perdão passadas por sua veia morta. E ainda por fim suspirou em puro facete mentido para si em um argumento tolo. Se deixou cansar pelo medo do escuro onde jazia. Uma música, dos acréscimos do fim. Ela cria a morte! Ela era a morte!

O outro som

Só mais um passo no nada...
Agora mais que o acaso
A tinta escorrida
Solidão pura
Na crueldade das coisas
A cara da alegria
No portão
O choro da menina
A melancolia
Da alusão
Será que tudo se foi
A tristesse de outras palavras
A brisa e o amor a elas
Agonias da dor
Só o sol
O calor
Meu bem,
Seja o que for
...


O medo (Ildásio Tavares)

O impossível não existe.
Existe o medo
que esteriliza o abraço, o beijo.
O medo das mães.
O medo dos soldados.
O medo dos meninos
numa noite de trovoada.
O medo do traficante.
O medo o mergulho.
O medo da bala perdida.
O medo do cachorro.
O medo de tudo que nunca provamos.
Não existe o impossível.
Existe o medo que esteriliza a vida;
Que faz da vida um vegetal
só há verdade , só há luz
perante a possibilidade do impossível

Este foi escrito especialmente para mim.
Depois de uma resposta com medo á uma pergunta forte...

Imagino... ( Gabriela Carvalho / Hanna Rahal)

Pessoas imperfeitas
Androídes
Etes
Naves espaciais

Atacando a Terra
Podia ser até uma guerra
Assim correr
Mas não entender

Tudo que acabou de acontecer
E para ser feliz
Era preciso
Mas foi por um triz

Se explodindo o mundo
Sem sentido
Era uma face
Se esvaindo

E o pagamento
Do sofrimento
A moral
Do vencimento

Vamos até
Salgando sangue frio
Estava só
À margem do rio

Paixão (Hanna Rahal)

Viver um mundo sem sentido,
sonhar um sonho impossível,
sentir como se estivesse morrendo,
ter medo de magoar,
ou ate mesmo não ...
saber,
só apenas flutuar na imensidão do amor,
flutuar no calor do beijo sentir mais do que um desejo
sentir uma coisa estranha
que você se assanha,
mas quando se reflete,
para pra pensar e descobri
tudo aquilo que sentiu foi apenas a paixão
despertando na imensidão!

Nem sei direito o que reflete tanto em mim. Mas me encantei com este texto.
Talvez represente um pouco das minhas angustias... ( Gabriela Carvalho)

Bow ( Gabriela Carvalho/Hanna Rahal)

Exalar
O mais profundo cheiro
Inspirar
As mais intensas emoções
Transportar
A organização do caos
Comportar tudo que me for dito
Não é nada mais
Ela queria saber
Resposta é a menor das preocupações
Gosto desta solidão
Fazer intimo no ser
Fugir e não querer

Dont is cruel

Your boddy...

E a clareza dos olhos
Mais profundos
Dos mundos mais intensos
Só mais um poeta
Mas ele morreu há tempos
Sozinhos em seus
Movimentos

Look it is beautiful

The word is cruel...


O salão vazio
E o nada
No meio de mim
Talvez só mais aquele que me segue
O cansaço de estar só
A morte
Só mais um estágio
Cabelos caídos ao chão
Branco da pomada
As pessoas que entram no ônibus
As histórias que carregam
Olhos que não vêm
Mergulho profundo
Banca de jornal
Este mundo é mal

Your face

The word ugly...



Minha dor (Victor Baltaraz)

Quem sou eu??
Sabe que as vezes nem eu sei...
Talvez o problema seja somente,
Eu sempre esconder
Oque penso oque sinto,
Principalmente o que sinto por você,
A pessoal que eu tenho esse sentimento,
Que para mim é especial
Talvez ela esteja lendo esse texto
Gostaria que soubesse que,
Tento te esquecer mais...
É difissilimo....
Então mesmo que nem ligue...
Te amo!
E quando te ver frente-a-frente
Novamente talvez eu fique muito,
Envergonhado...
E talvez eu nem fale com você mas quero que saiba que te amar,
É bom...
Mas só de ter sua presença e ver,
Seu sorriso a maioria dos dias ja,
Me alivia um pouco da dor...


Tá, não foi para mim caros leitores... Mas é lindo ! A confusão dos passos incessantes das descobertas juvenis.
Talvez traduza algumas das minhas inquietações...

Um pequeno desvario

Do céu gelado de um sábado, a nostalgia de estar só. O cheiro de leite preguiçoso no ar, um pouco de música só para matar essa agonia. Algo como Beck ou Tracy Chapmen toca no rádio. Realmente nasci na década errada. Olharia rapidamente para as janelas se lá estivessem. Apenas a sombra de mais um sábado corrosivo. Estar sempre com esse cheiro entranhado nas veias era o que mais me magoava. Amava aquele sentimento de lentidão poética que o seco deste eco se faz em mim. Tosco, pouco bonito. De mal de mim, escondida o mais longe da assonância discreta das suas garotas. Os fados que carrego são apenas de pura exatidão grotesca. Fechar os olhos e ir tão longe a ponto de não se achar mais tão viva. Razão de não querer poder e as pessoas apenas olhando meus atos editados em pequenas folhas. Ressecar em puro sol e amar desconhecer esse inverso de desvario que caminha á cada instante o fim de tudo. Um inquilino solto no corredor das loucuras mais profundas, das pequenas coisas do dia. O sapato mal usado e cortina verde-fusco da casa. Por acaso vocês aqui se derretem, em gestos graves de desfazer. Perguntar de onde vinha o algo que tão longe se ia. Esqueceria o próprio instante da mulher poética que me segue pela ruas da Vila. Digitalizando cada vez mais o lixo imprestável de ser apenas um. Complicando o entendimento de mim e a todo segundo sentindo a nostálgica representação de viver. Mais que pequeno desvario...

In-verso

Queria ser eu mesma
Pra não me perder
Queria ser eu mesma
Pra não ver
Queria ser eu mesma
Pra escrever assim
Queria ser eu mesma
Pra julgar até o fim
Queria ser eu mesma
Pra não me preocupar
Queria ser eu mesma
Pra eu não me cansar
Queria ser eu mesma
Pra saber
Queria ser eu mesma
Pra me deixar envolver
Queria ser eu mesma
Pra ter paz
Queria ser eu mesma
Pra nunca mais
Queria ser eu mesma
Pra ser criança
Queria ser eu mesma
Pra ter menos esperança

Longe

Tão breve teria livros para te dedicar
Tão breve poderia te amar
Tão breve poderia te deixar
Longe de você

Poderia te perder
Podeira até morrer
Poderia aqui sofrer
Longe de você

Nas noites mais frias te amar
Nas noites mais quentes te adorar
Nas de calor enlouquecer
Longe de você

Saberia que ia
Saberia que voltaria
Saberia que ia entrestecer
Longe de você

Olha para onde vamos
Olha para nada que realizamos
Olha para tudo que amaria
Longe de você

Agora estou sem espaço
Agora oque eu faço?
Agora é que vamos
Longe de você

Fingir para mim
Fingir sem fim
Fingir que podia ir
Longe de você