de outra ilusão. Porém quando percebi a infinitude do mar, mergulhei de súbito. Foi arrancado de mim qualquer senso de gravidade. Profundo mergulho. Aos poucos a água foi tomando conta dos pulmões e a revelia do mundo era o avesso no espelho. Estava na frente de um lindo espelho. "A vida é assim mesmo" diziam em coro, "Ela se foi." Sufocada por falta do ar que me condicionara. Agonia acelerada pela impotência de não estar neste estribilho que não pronuncio. O movimento que será na cor dos modos e dos lábios secos. Sua pele flácida. Sonho que sonhei e me perdoei por não ter que viver. A dor de tê-la morta. "Ela se foi", gritavam ao pé do meu ouvido. Dias de baixo d'agua para sentir sua presença distante nas noites. Olhares que me olham com estranheza. Novamente foi me dado o ar e gravidade. Qual é está cidade? Viajem para que se sufoque os rancores e o ar absorvido no mar. Já era manhã. Acordar em uma ilusão maior. Insensatez grave. Sonhava-me sem te ter. Um breve soluçar. Fraterno como os seus conselhos que se carrega além dos anos do meu egoísmo. Dizia coisas importantes. Agora não diz mais. "ELA SE FOI". A loucura das seções de piano e TV. Pilares como você não se reconstituírem do nada. Corri atrás, mas estava longe. Meu sonho, que sonhei você. Tinha que por o chão n'algum lugar, pus nos pés. Para não poder mais falar da certeza do seu olhar sem horizonte. Pálida, sem vida. Agora se desfaz para que eu e outros se refaçam.
Agora está na lua a sonhar e eu estou no mar
Sonhei, estava na praia e ouvia as pancadas do mar. O mar mais poético e melancólico que pode existir. Sonhei que o sonho era realidade e a bruma me carregava para perto dos barcos, onde era difícil ver ou ouvir qualquer coisa lá da praia. Ficava levitando com os pés a sentir a água do mar. Um momento de puro êxtase, meu corpo sucumbia a um leve sono. Era a ilusão dentro
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