Algo...

Não sei direito o que sinto neste instante. A volta para Jequié depois de uma longa temporada com a bela capital, tem trazido emoções atona... Preciso me expressar rápido antes que esses sentimentos vão embora. Sei que não dá para se nomear algo se sente , expressar com um nome ou comparar com algo. existem momentos, que a razão nem o pensamento pode comandar nosso corpo.
Eram mais ou menos umas dez ou dez e meia. Vim visitar minha avó, que passou algum tempo eternada. Ela parece tão abatida... Sinto um gelo no coração quando penso nela, naquela cama.a vitalidade com que á alguns meses me dava broncas.

Sentei-me do lado dela, depois de muito tentar anima-lá, mais foi então que a vi empurrando algo invisivel, da mão. Sua voz era tremula, não entendia direito o que dizia. Recebia visitas de uma garota pequena chamada Cecília (em Grego cobra de duas cabeças), até parecia risonho quando falam de histórias da tal garota que minha avó dizia estar no chuva. Ela parece tão tristonha, magoada. e falava de algo que estava em cima da barriga dela, um objecto. Pediu que eu tirasse, não entendi o que era, a foz ficava cada vez mais fraca. Gesticulava com a mão, como se conversasse com alguém. Encostei nela, parecia fria. Senti uma onda de melancolia muito grande, os meus pensamentos, conceitos, desistências, objectivos, razões desapareceram. Chorei, mas não foi aquele choro mostrar prós outros a sua melancolia. Foi um choro tímido. Muito tímido... E logo se foi.

Pensamentos...

Passar algum tempo deitada, refletindo sobre o que devo fazer, não prece mais satisfazer meus pensamentos. Me vejo rodeada de perguntas sobre tempo, espaço, o mundo, o ser-humano, a mente. Coisas que só procuro respostas, que não me satisfazem por muito tempo. O que penso acabo jogado no ar me esquecido, depois de alguns tempos retomo o pensamento, e não sei mais por onde começar. O mundo parece tão cheio de competições, desde muito pequenos somos capazes de competir, para mostrar a nossa razão. Querendo ser que não somos, querendo nós aperfeiçoar, ter o pensamento da linhagem que segurá outros, tentando se superar a cada instante, para mostrar (não para mim) mas para os outros que eu sou o melhor, tendo a razão. As vezes penso que isso é uma contradição total, que a sociedade é uma contradição, somo separados por grupo, que só se enquadram nesses se possuem algo que caracterize este de participar. Cada pessoa é mais uma opinião, mas algo á dizer, correndo o risco de parecer ridículo, sem a menor perseverança de querer deixar de ser. Porque estou sendo? Esta é uma questão que não p0demos parar. Ser é facíl, pois agora somos algo. Mesmo depois da morte do pensamento, contivemos á ser, mesmo que este seja algo que não se pode alcançar a olho nu.