Não gosto quando amanhece, o sol atrapalha a visão da noite escura. Então percebo como minha percepção é volúvel, que a realidade não passa de ilusão, assim como tudo que me atenho. Estou com fome, talvez um pouco de sede, mas não estou com um pingo de vontade de levantar para abrir a geladeira, o que só afirmaria meu sedentarismo aumentando. Agora começa a amanhecer de verdade, o sol já está iluminando o nosso pequeno lado do mundo. Será mesmo muito difícil ancorar um navio no espaço? Meu maior consolo é que do outro lado se faz noite, sombria, húmida ( além de úmida) e pálida. Ela vai construir e destruir as insônia e pesadelos coléricos e cheios de poesia. E o mundo será dois, dia e noite. Interligado pela dimensão dos que sonham e dos que apenas dormem. Mas em dois se fará a imensidão das multipolarides que ele realmente é, porém não conseguimos enxergar completamente ( ainda).
Sono seco, bocejo longo. Nem sei direito se vou ou não para a cama (acho que não). Preciso dormir para suprir minhas necessidades e trucidar certas ansiedades . Pensamentos loucos, soltos no meu sanatório particular, prematuros desta mãe prematura e sem jeito de pegá-los, ordena-los, endeusa-los: banhando com muita poesia e caricias de desejos . Preciso dormir para não pensar nas fazes da matéria, na agregação que sou deste mundo de tantas e tantas partículas as ciência, que só, é oca. Fugir do mundo periférico que se incendeia devagar, agarrado as besteiras cotidianas. Agora já é dia, ora de acordar. ( ou sonhar)