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Começo a ver beleza donde antes não via.
Sempre que percebo que estou vendo além de mim mesma, tenho certeza que estou em plena evolução. Ah, se não fosse minhas crises existencialista! Sugando-me todos os pensamentos, dando um pouco de conflitos, questionamentos, eternas perguntas...
E logo depois está lá: O silêncio. Então, magicamente Renasço. Aí sempre sinto este caldo bem misturado e quente, que definitivamente decidi chamar de Amor e Esperança, entorna dentro desta revolução .
Não interessa o que digam os capitalistas, os mortos, os marxistas, as virgens,os positivistas,as putas, os moralistas, os hipócritas, os idealistas, os vivos, os imperialistas, os fúdidos, os fugidos, os negativistas ... Nada interessa neste instante mais do que esta nova tomada de consciência. Para abrir cada vez mais meus olhos para o mundo e entender o todo, onde tudo está. Principalmente a mim que sou o centro, pois o centro é toda parte!
A beleza da gravidade de cair, de levantar, morrer e nascer no mesmo lugar.
A beleza da descoberta que se redescobre a todos instantes, no agora, no já! Vivendo, apenas vivendo...
Sinto vontade de roçar minha língua na de Caetano, de Chico, de Nara, de Cartola, de Florbela, de Carmem Miranda, de Sócrates, de Platão, de Ana C, de Wilber, de Vini, de Drumond, de Camões, de Pessoa, de Maribel... De toda a poesia e o conhecimento que eu puder. Roçar minha língua em você e mim mesma! Qualquer roçar que me faça transcender quem sou, quem posso ser. E principalmente para mudar o mundo que está em mim, o mundo que eu vejo e o mundo de todos!

Soneto de fidelidade (Vinicius de Moraes)

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure


Vini, sempre tão sábio!