Alguém estava no canto escuro da parede, remexendo nas velhas feridas e mordiscando para formar novas que logo irão infeccionar. Olhou para mim profundamente e não disse nada, foi uma longa fala de olhares miúdos, tentando qualquer reconhecimento infantil.
Segurei as chaves com força até machucar a mão, larguei no chão para ouvir o estalo barulhento do choque com o assoalho velho. O que estava olhando? Indisciplinadamente se virou e andou na penumbra daquele quarto empoeirado. Passo à passo seguiu até chegar frente a mim. Segurou meus cabelos e me beijou a orelha com hálito quente.
Joelhos trémulos, voz calma, curtas palavras e um não. Qualquer noite dessas ele me visitará novamente, para mudar todas as ondas que ainda me mantém em pé. Soprará palavras de sossego no pensamento, quaisquer que aliviem a minha culpa. As feridas vão estar tampadas e ele mudará as gases só para eu sentir dor aguda de outono. A voz mórbida que me corroeu tais pensamentos, não consigo ao menos controlar, sou eu ? Música para aliviar, negar sempre, negar... "Qualquer droga ilegal ou proíba" como na música, serei Natasha e depois Ana Paula. Comprarei os reféns do mundo para me chamarem de heroína, oh droga!. Que apesar de matar não é assassina. Ele me mudará com todas as suas asas que não servem nem para sair do chão. Que vá! E que volte!
Para evolucionar o mundo, areia do deserto que entra n'alma.
Fedendo ao seu suor salgado, voltará? Pois peço, quando voltar me leve, do futuro para ver meu passado. Amargo do fim.