Cavaleiro Andaluz (Bruna Caran)

Amanheceu
Um elo entre as civilizações
Um novo Aquiles rompe os grilhões
E a cidade vai conquistar
Não lembra bem
De como aprendeu a lutar
Há tanta gente no calcanhar
Um semi-deus em cada portão

Escapar
A Liberdade dá no Japão
Acrópole é outra visão
Que a Vila Olímpia não alcançou
Decifrar
Há tanta esfinge aqui de cristal
Quanto edifício nesse quintal
Que a erva-cidreira já perfumou

Como emboscar
Dianas nesses bosques que há
Os olhos de Afrodite espiar
Nas fontes desse Parque da Luz
Você zarpou
Na costa da Ligúria bateu
Cruza a Paulista e o solo europeu
Virou meu cavaleiro Andaluz

Se embrenhou
Nesses traçados do coração
Ruelas da avenida São João
Escadarão do Municipal
Surpreendeu
Quem nunca sai da Consolação
Que ao menos na imaginação Um novo mundo existe afinal

Me leva Cavaleiro Andaluz...
A paz sempre há de estar com você...


Em homenagem a minha Acrópole, banhada pelo igarapé Tietê languido.

Saudades das escadarias do municipal e da Consolação

De onde nunca parti em vão...

Que o meu cavaleiro me encontre pela paulista também

Ou pela esquina na Ipiranga com a avenida São João

E me proteja ao descer a Augusta

Durma comigo aqui, longe da minha gente

Junto com essas correntes cheias de saudade

Enchendo-me de melancolia urgente