Algo...

Não sei direito o que sinto neste instante. A volta para Jequié depois de uma longa temporada com a bela capital, tem trazido emoções atona... Preciso me expressar rápido antes que esses sentimentos vão embora. Sei que não dá para se nomear algo se sente , expressar com um nome ou comparar com algo. existem momentos, que a razão nem o pensamento pode comandar nosso corpo.
Eram mais ou menos umas dez ou dez e meia. Vim visitar minha avó, que passou algum tempo eternada. Ela parece tão abatida... Sinto um gelo no coração quando penso nela, naquela cama.a vitalidade com que á alguns meses me dava broncas.

Sentei-me do lado dela, depois de muito tentar anima-lá, mais foi então que a vi empurrando algo invisivel, da mão. Sua voz era tremula, não entendia direito o que dizia. Recebia visitas de uma garota pequena chamada Cecília (em Grego cobra de duas cabeças), até parecia risonho quando falam de histórias da tal garota que minha avó dizia estar no chuva. Ela parece tão tristonha, magoada. e falava de algo que estava em cima da barriga dela, um objecto. Pediu que eu tirasse, não entendi o que era, a foz ficava cada vez mais fraca. Gesticulava com a mão, como se conversasse com alguém. Encostei nela, parecia fria. Senti uma onda de melancolia muito grande, os meus pensamentos, conceitos, desistências, objectivos, razões desapareceram. Chorei, mas não foi aquele choro mostrar prós outros a sua melancolia. Foi um choro tímido. Muito tímido... E logo se foi.