À Sófocles!

Retiraria tudo que já foi escrito para me colocar no lugar de Édipo, e ter motivo para ir sem mais voltar. A liberdade de não querer esperar e os acontecimentos mais fúteis suportar, só para então entregar ao mundo a minha sentença melancólica de perdão eterno. Huuuu, quem seria eu a tomar o lugar do rei, por vezes chamado de sábio e por vezes xingado de desgraçado. E com o sangue dos meus olhos lavaria o chão sujo do castelo para ir embora, para onde minha saudade tece e puxa meu peito, minha alma caída. Quanta bobagem! Surpreenderia-me se fosse diferente, se fosse pra dentro em vez de para fora, aos montes atrás dos pregos dos meus pés. Saudades cortantes como os colchetes de Jocasta e do terrível destino de Perseu...