"Eu sei apenas o meu próprio mal
Que não é bem o mal de toda gente
Nem é deste planeta... por sinal
Que o mundo se lhe mostre indiferente
[...]
E enquanto o mundo em torno se esbarronda,
Vivo regendo estranhas contradanças
No meu País de Trebizonda..."
O sinal de silêncio do semblante sentido daquela voz me deixou um tanto tonta, boba, sem entender o propósito de tais versos. Preciso criar a libertação para mim, entender a minha existência inexata. Como vou fazer para não derramar o leite? Como vou fazer para escrever? Não discursarei secretamente escondida de meus olhos, inventando desculpas cada vez mais frouxas neste sentido sem sentido: d-e-s-n-o-r-t-e-a-d-o. Falarei sem rapidez para mim mesma, quero comer a minha exatidão para não tentar me entender com condições de matemática. Estou a sangrar sem parar, uma angustia tão forte que nem quero levantar. Juro que não esperarei nada mais, não tentarei me controlar, fugirei com a cabeça quente e morrerei por minha própria vontade morta. Percebo novamente esta retórica que me persegue por que não sei escrever. Não tenho paladar nem olfato para apagar as luzes, muito menos acende-las. Você comerá um tira-gosto com dinheiro
cuidar da contradição de falar neste acesso. Estou morrendo muito rápido e nesta pequena suplica choro, por não saber me explicar. Choro por morrer e não poder explicar a retórica dos meus textos
de mim além dos quartos vazios, pretos
Vou querer toalhas brancas para festejar o anoitecer amortecido nesta repetição.
Acabou: para nada e para ninguém.
Um comentário:
Seus textos tem uma máxima em comum. A discussão de ti contigo mesma. E se "despir" através de palavras pode até ser uma boa terapia. Mas, onde queres chegar? O que pretendes se trancando em seu próprio mundo? Por que vacilas em aceitar-se em sua fragilidade? Se não há caminhos por os procura? Ou seja aquele que conhece a si mesmo é um sábio. Beijão linda.
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