Delírios de uma noite

Ela pegou o vinho e olhou profundamente para ele.
E de repente tudo era quente e cheio de tons.
Nenhuma pena, nenhuma suplica só a ponta de uma flecha qualquer que a atingiu.
Vinho roxo, como sua boca: vermelha. Sonhos, vermelhos do mais puro e sintético desejo, como a pasta que disposta na mesa se passa no pão e o mel que escorre.
Gosto de azeitonas pretas, fantasias verdes, cheias de esperança. E então explosões de lucidez e desvarios firmes, deliciosos.
Um jazz com tom de madrugada, deixava o ambiente com ar de leveza. Eles deliravam sorrindo (sem nem encostar um no outro), nas nuvens dos seus pequenos templos mentais.
Mais um copo, sorrisos. Depois, corpos e suspiros. Vozes sussurrando palavras tolas mas cheias de vida.
Dentro de um quarto onde o mundo não estava, muito menos eles mesmos, porque agora eram outros...

Intenso

E mais uma vez eu aqui lamentando um amor perdido.
Lamentar e só lamentar,
tais lembranças que me fazer ferver e não me deixam dormir.
Faz mais que um... um ano de lembranças perdidas... mais de um ano perdido.
E mais uma vez, parece dezembro, porque?
E suas poesias nuas me parecem tão lindas.
E quando escuto sua música que traduziu para mim, sem muito sentido, não sinto mais nada, só sua falta.
E ela que te tem nos braços, te nina e te faz ser quem é.
Mas afinal, quem és?
Por mais que tento matar-te, não consigo
E morro, por que meu mau feitiço se volta contra mim.
Por que te desprezei da primeira vez?
Agora te vejo tão perfeito,
E ela e sua blusa com seus desejos.
C hico me nina de noite e ainda posso ouvir você ... ouvir tantas coisas...
Porque não me deixa ao menos dormir?
Porque se tornou tão grande desamor?