Não escutei o fenesi
dos seu passos opacos
Só vi seus olhos no dervixe
Que era aquela noite
Amuleto sem amor
Simples sinestesia complexa
Um nó cheio de engôdo
Que não desata
Fica assim, suspenso
Meio sem sentido
Manso ...
Tudo bem?
CADA UM!
No fundo de um salão
As nuvens escondidas
Vagando, vadias, velhas
Em uma vala
Alegres, aleijadas
Amarguradas
Assim, durante
Eu sendo na noite
Rebuscada
Sem teto ou tato
"Tique-taque
Tique-toque"
No fundo de um salão
Fétido, seco, molhado
Macio, abafado, ventilado
Eu, observando o universo
Observando-me
Cheio de ratos
No fundo de um salão
E engolia o pé da mesa
E lia os olhos dos livros
E via o som do mar
Em mim, no fundo de um salão
Sub serei em baixo dos céus
Nascendo há tantos e tantos...
Aqui sou rei
Sou príncipe
Sou duque
Plebeu, não sou eu