Personagem
Si le soleil disparaît
Lua Cheia
Hipocrisia nossa de cada dia
Não faz tempo que venho sentindo verdadeiro nojo do comportamento humano. O mesmo nojo, que não tão obstante, engoliu e marcou todo a geração nos anos 70 e 80. Enquanto deixamos ser representado por literatura vampiresca, tecnocratas, imperialistas e os tão populares “traficantes”. Sem falar de um desinteresse tão grande, que até aqueles que tem capacidade nem se movimentam para fazer a diferença. Ficam na frente da tv assistindo Se Liga Bocão, enquanto engolem com vontade um enorme hambúrguer, ou coisa do tipo. Não sei se é pior aquele que não tem nenhum acesso á informação e age assim, ou aquele que tem pura consciência do que faz e não faz nada para modificar a grande crise que hoje nos devora. Ò hipocrisia nossa de cada dia...
Tenho uma tese muito singela sobre mães que não sabem cozinhar e filhas que cozinham muitíssimo bem. È dedutível que quando não lhe é oferecido algo pronto você vai procurar fazer para si, ou...Quando se têm direitos: se rebelar contra. E assim funciona o revezamento da consciência juvenil. Ter alguma posição ideológica (se é que isso é bom) é coisa de velho, como aconteceu com os jovens na década de 60. Ter algum interesse pelo mundo hoje, é coisa de Nerd (ou CDF, se prefere). E o caminho da humanidade se faz em seus desajustes. Ficamos á espera, com certa esperança, que os filhos destes resolvam fazer sua própria comida. Ou quem sabe questionar a postura do passado deste mundo, pensando em um novo futuro. Ah sim, não se esqueça, se não mudarmos de pressa, este será nosso futuro...
Observação...
E por pensarem ansiosamente no futuro,esquecem do presente de tal forma que acabam por não viver nem o presente nem o futuro.
E vivem como se nunca fossem morrer...
...e morrerem como se nunca tivessem vivido.
Trecho de Objeto Semi-identifica (Gilberto Gil)
- O invasor me contou todos os lances de todos os lugares onde andou. Com um sorriso nos lábios ele disse: "A eternidade é a mulher do homem. Portanto, a eternidade é seu amor".
A cultura, a civilização só me interessam enquanto sirvam de alimento, enquanto sarro, prato suculento, dica, pala, informação.
- A loucura, os óculos, a pasta de dentes, a diferença entre o 3 e o 7. Eu crio.
A morte, o casamento do feitiço com o feiticeiro. A morte é a única liberdade, a única herança deixada pelo Deus desconhecido, o encoberto, o objeto semi-identificado, o desobjeto, o Deus-objeto.
- O número 8 é o infinito, o infinito em pé, o infinito vivo, como a minha consciência agora.
- Cada diferença abolida pelo sangue que escorre das folhas da árvore da morte. Eu sou quem descria o mundo a cada nova descoberta. Ou apenas este espetáculo é mais um capítulo da novela "Deus e o Diabo etc. etc. etc."
- O número 8 dividido é o infinito pela metade. O meu objetivo agora é o meu infinito. Ou seja: a metade do infinito, da qual metade sou eu, e outra metade é o além de mim."
Lua bonita - Zé Martins
Se tu não fosses casada
eu pegava uma escada
lá noi céu no céu pra te beijar,
ese juntasse
teu frio com meu calor
que dirá nosso senhor se tu comigo te casar.
Lua Bonita me faz aborrecimento
ver São Jorge num jumento
pisando teu quilarão.
Pra que casastes com um homem tão sizudo
que come, dorme, faz tudo dentro do seu coração.
Lua Bonita, meu São Jorge é teu senhor
e é por isso que ele vive,
pisando teu esplendor.
Lua Bonita se tu ouvistes meus conselhos…
Vai ouvir pois sou alheio,
quem te fala é o meu amor.
Deixa São Jorge no seu Jubaio amontado
e vem cá para o meu lado
pra gente viver sem dor,
deixa São Jorge no seu Jubaio amontado
e vem cá para o meu lado
pra gente viver sem dor.
Lua bonita
Flor da Idade - (Chico Buarque)
A gente faz hora, faz fila na vila do meio dia
Pra ver Maria
A gente almoça e só se coça e se roça e só se vicia
A porta dela não tem tramela
A janela é sem gelosia
Nem desconfia
Ai, a primeira festa, a primeira fresta, o primeiro amor
Na hora certa, a casa aberta, o pijama aberto, a família
A armadilha
A mesa posta de peixe, deixe um cheirinho da sua filha
Ela vive parada no sucesso do rádio de pilha
Que maravilha
Ai, o primeiro copo, o primeiro corpo, o primeiro amor
Vê passar ela, como dança, balança, avança e recua
A gente sua
A roupa suja da cuja se lava no meio da rua
Despudorada, dada, à danada agrada andar seminua
E continua
Ai, a primeira dama, o primeiro drama, o primeiro amor
Carlos amava Dora que amava Lia que amava Léa que amava Paulo
Que amava Juca que amava Dora que amava Carlos que amava Dora
Que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava
Carlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto que amava
a filha que amava Carlos que amava Dora que amava toda a quadrilha